quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bailique e Betina Blum!!!


Nestas férias eu fui para o Amapá, num arquipélago chamado Bailique, para visitar minha
prima. Ela e o marido são missionários da MEAP. Foi um tempo muito bom de conhecer uma
cultura diferente, pessoas novas, e de transmitir o amor de Deus.

A viagem estava programada para sexta-feira (08/07) à noite, mas chegando no aeroporto, nós
percebemos que minha identidade tinha ficado em casa. Sem a identidade eles não deixam
embarcar no avião. Eu não poderia ir com meus pais e minha tia e teria que viajar sozinha no
sábado. O desespero tomou conta do meu coração e eu comecei a chorar compulsivamente.
Era a primeira vez que eu ia viajar de avião e estava com medo. Além disso, o clima da situação
não estava nada tranqüilo: todos estavam com os nervos à flor da pele.

No aeroporto, encontramos a Danny, o Wallace e o Johny (pai do Wallace). A impressão que
eu tive foi de que eles eram anjos que Deus tinha mandado pra estarem do meu lado. Poder
conversar com eles e compartilhar a minha angústia foi muito reconfortante e eu sabia que
eles estavam lá não só porque a Elô e o Xexim estavam indo viajar, mas porque Deus sabia de
tudo muito antes das coisas acontecerem e sabia que a presença deles iria fazer diferença pra
mim naquele momento. No fim, pedimos na companhia aérea um acompanhamento por eu
ser menor de idade, passei a noite na casa da minha tia e viajei no sábado. A viagem foi bem
tranqüila, tanto a de avião como a de barco (apesar de serem doze horas num barco que vai a
15 por hora).

O Bailique é um lugar bem diferente, o jeito que as pessoas se relacionam, como elas encaram
a vida. As pessoas que vivem lá são muito carentes de amor, de esperança, de Jesus. As
famílias costumam ter muitos filhos e são, em sua maioria, desestruturadas. As crianças
sofrem de desnutrição e são esquecidas até por seus pais.

O trabalho que fizemos com as crianças foi muito especial. Nos três dias da EBF o número de
crianças chegava perto de 100. Elas participavam com entusiasmo nas músicas e prestavam
atenção nas histórias. Foi um tempo marcante tanto para mim como para as crianças. Todas
elas são muito carinhosas e dão muitos abraços.

Eu gostei muito de conhecer os adolescentes. Não são muitos os que estão comprometidos
com a igreja, mas é possível ver nesses poucos o amor que têm por Jesus. Eles têm um jeito
próprio de demonstrar carinho: no dia que eu estava indo embora, eles foram na casa da
minha prima só pra ficar um tempo lá e conversar (coisa que não é muito comum entre eles).

Bailique e aquelas pessoas ficaram no meu coração e tenho certeza de que elas estão no
coração de Deus também, só que não sabem disso ainda.

Betina Blum


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